Bilha
Bilha
Período Moderno
Século XV - XVII
Cerâmica
Ø base: 74mm; altura: 237mm; espessura: 5mm.
Convento da Graça
MMT00004187
Destinadas a levar líquidos à mesa, as bilhas são formas fechadas, de tamanho pequeno ou médio, corpo globular ou piriforme e boca estreita, possuindo uma ou duas asas (Torres, Gómez Martínez e Ferreira, 2003: 130).
Esta bilha, exumada no Claustro do Convento da Graça, parece corresponder aos fabricos norte alentejanos (Montemor-o-Novo, Estremoz, Crato) ou lisboetas, muito apreciados em época medieval e moderna, não apenas em Portugal, como noutros países (Espanha, Flandres, Inglaterra, Itália, Países Baixos).
De facto, o barro vermelho odorífero de Estremoz era bastante apreciado, não apenas pelo aspeto das suas delicadas superfícies, muitas vezes com apontamentos incisos, pintados, modelados ou empedrados (Sousa, 2011: 229), como também pelas suas (supostas) virtudes como antídoto de veneno (Fernandes, 2012: 335).
Entre os objectos mais apreciados destas produções encontramos os famosos púcaros, que integraram quer os dotes dos casamentos reais, quer as baixelas das casas reais europeias (Gutiérrez, 2000: 76), tendo, inclusive, sido pintados por Velasquez em 1656 em Las Meninas (Ibidem, 78).
Fernandes, Isabel Maria (20129- A Loiça preta em Portugal: Estudo histórico, modos de fazer e de usar. Parte I. Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.
Gutiérrez, Alejandra (2000) – Mediterranean pottery in Wessex households (13th to 17th centuries). British Archaeological Reports. British Series. 306
Sousa, Élvio (2011) – Ilhas de arqueologia. O quotidiano e a civilização material na Madeira e nos Açores (séculos XV-XVIII). Tese de Doutoramento em História. Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Disponível em http://hdl.handle.net/10451/5377
Torres, Cláudio; Gómez Martínez, Susana e Ferreira, Manuela Barros (2003) – “Os nomes da cerâmica medieval. Inventário de termos”. In. Hélder Abraços e João Manuel Diogo (eds.) Actas das 3.as Jornadas de cerâmica medieval e pós-medieval, métodos e resultados para o seu estudo. Tondela. Câmara Municipal de Tondela. pp. 125-134.