Tigela
Tigela
Séculos XIV-XV
Cerâmica
Ø base: 94mm; espessura: 8mm.
Arrabalde da Bela Fria
MMT00004195
A tigela consiste numa forma aberta, com corpo semiesférico ou cilíndrico e de tamanho variável (Torres, Gómez e Ferreira, 2003: 132), no qual se serviam alimentos sólidos (mas também líquidos), nomeadamente sopas, doces & outros mãnjares (Vocabulário português e latino (1721) s.v. Tigela). Durante o período islâmico, as tigelas eram o principal objeto da louça de mesa, sendo consideradas a “estrela dos artefactos de mesa”, uma vez que a sua presença era constante e a sua dimensão variada (Paulo, 2000: 36).
Este fragmento de tigela enquadra-se nas produções de Louça arcaica ou proto majólica mudéjar de Sevilha, datadas dos séculos XIV-XVI, e que se caracterizam pelo seu vidrado branco, exclusivamente no interior, e pelos motivos pintados a verde, neste caso geométricos. Estas produções sevilhanas encontram-se disseminadas um pouco pelo sul da península ibérica, conhecendo-se peças, por exemplo, na baía de Cádis (Gutiérrez e Reinoso, 2010: 265-273).
Pode observar este e outros exemplares desta louça na exposição “De Triana a Tavira. Cerâmicas sevilhanas dos séculos XIV a XVII”, patente no Núcleo Islâmico até 30 de Abril de 2022.
Bluteau, Rafael (1712-1728) - Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... / pelo Padre D. Raphael Bluteau. Coimbra. Colégio das Artes da Companhia de Jesus. 10 vol.
Gutiérrez López, José María e Reinoso del Río, María Cristina (2010) – “Una perspectiva arqueológica de la Rota bajomedieval cristiana. La excavación de plaza España, 8.” In. José María Gutiérrez López (ed.) De la prehistoria a la rábita y la villa. Arqueología de Rota y la Bahía de Cádiz. Cádiz. Fundación Alcalde Zoilo Ruiz-Mateos. pp. 249-289.
Paulo, Dália (2000) – A casa islâmica. Catálogo. Faro. Museu Arqueológico Municipal. Câmara Municipal de Faro.
Torres, Cláudio; Gómez Martínez, Susana e Ferreira, Manuela Barros (2003) – “Os nomes da cerâmica medieval. Inventário de termos”. In. Hélder Abraços e João Manuel Diogo (eds.) Actas das 3.as Jornadas de cerâmica medieval e pós-medieval, métodos e resultados para o seu estudo. Tondela. Câmara Municipal de Tondela. pp. 125-134.