Actualmente, mais de mil povoações em todo o mundo encenam representações festivas protagonizadas por mouros e cristãos. A meio caminho entre a história e o mito, juntam-se costumes, personagens e significados que transmitem a confrontação entre dois grupos antagónicos. A dança, a música e a acção dramática convertem-se em elementos comuns que giram em torno de uma figura festiva ancestral, fruto do cruzamento de caminhos do Mediterrâneo: o mouro.
Desde há vários séculos, os territórios de língua catalã do Mediterrâneo ocidental são um dos centros nevrálgicos onde a imagem festiva do mouro dançou das mais diversas formas. Actualmente, estes bailes ainda perduram de uma ou de outra forma e recuperam forças nos limites da identidade e da memória perdida...
O projecto expositivo Dançar o mouro recolhe bailes festivos de raiz tradicional onde o mouro fingido, contraposto ou não ao cristão, representava - ou ainda representa - um papel relevante. Desenvolve-se um percurso iconográfico, fotográfico e textual que, com a dança como leitmotiv, ilustra as múltiplas figuras do mouro festivo e dramático desde a Idade Média até aos nossos dias.
Exposição itinerante comissariada por Raül Sanchis Francés, produzida pelo Museu Etnològic de Barcelona e pela Associació Cultural Joan Amades com a colaboração do Departament de Filologia Catalana de la Universitat Rovira i Virgili de Tarragona, da Diputació de Tarragona e da Cases de la Festa de l’Ajuntament de Barcelona.
imagem: "Moros i cristians", Alcoi (l'Alcoià, País Valencià), 1952 | Arquivo de imagens do Museu Etnologic de Barcelona
No âmbito da exposição “Dançando o Mouro”, ocorreu a apresentação de duas coreografias
Detalhes e fotos da conferência: (aqui)