A ideia de património evoluiu na Europa e no mundo durante os últimos séculos. A partir do colecionismo renascentista, real e aristocrático, surgiram até aos nossos dias museus públicos e privados com objetivos, características físicas, modelos programáticos e temáticas diversas. Tavira recebeu no seu território povos e culturas da antiguidade mediterrânica, participou nas descobertas planetárias portuguesas dos sec. XV e XVI possuindo hoje uma marca genética que lhe modela um perfil cultural singular e inconfundível.
“Memória e Futuro“ reflete a evolução desse conceito do património e as suas consequências locais, com destaque para as marcantes obras do engenheiro militar e matemático Sande de Vasconcelos (sec. XVIII) e do pioneiro da arqueologia portuguesa Estácio da Veiga (sec. XIX), profundamente ligados a Tavira.
A exposição revela o percurso de décadas até à constituição de um museu para Tavira, as coleções atuais, sobretudo de arqueologia e etnografia, a demonstração da importância arquitetónica e artística do Centro Histórico e da presença e influência das instituições religiosa e militar, as exposições e atividades mais recentes.
“Memória e Futuro” apresentará ainda o modelo dinâmico e projetivo para a evolução Museu Municipal de Tavira, como processo interrogativo e problematizador, uma construção dinâmica das atuais e próximas gerações. O Museu de Tavira foi e é uma necessidade de primeira grandeza, elemento de identidade cultural indispensável ao (re) conhecimento, preservação, investigação e divulgação da história da cidade e território, também como espaço aberto às artes e ciência portuguesa e internacional.