"Uma História, Seis Olhares"

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     Nesta exposição, o Núcleo Islâmico do Museu Municipal de Tavira convida à descoberta do seu património através do olhar contemporâneo.

     Seis notáveis ceramistas - Mário Mendonça, José Pires, Leonel Telo, Carlos Lima, Xana Monteiro e Alberto Azevedo - aceitaram o desafio de dialogar com o acervo islâmico do Museu, criando obras originais que estabelecem pontes entre passado e presente. Do emblemático “Vaso de Tavira” às formas e padrões que habitam a nossa memória coletiva, cada artista encontrou nas peças arqueológicas uma inspiração que ganha nova vida através das suas mãos.

     Neste encontro entre o antigo e o contemporâneo, a cerâmica, material que atravessou séculos como testemunho da presença islâmica no Algarve, torna-se veículo para novas leituras e significados.

     Convidamo-lo a percorrer estes seis olhares sobre uma história partilhada, onde a tradição e a inovação se entrelaçam, recordando-nos que o património cultural é um legado vivo, em constante renovação.

Núcleo Islâmico do Museu Municipal de Tavira
Sex, 27/06/2025 - 17:00 até Ter, 30/09/2025 - 16:30
Conceção
Museu Municipal de Tavira, Núcleo Islâmico
Tema:
  •    Alberto Azevedo

         Originário da cidade do Porto, abraça a cerâmica como modo de vida a partir de um curso de formação profissional, no CEARTE (Coimbra), entre os anos de 1996/97. 

    A partir de 1998 e até 2005 dedica-se à criação de cerâmica de autor, em atelier partilhado em Vila Nova de Gaia. 

         Em 2005 muda-se para Guimarães onde se estabelece em atelier próprio e juntamente com a designer Cristina Vilarinho, criam a logomarca PROJECTO A2, uma etiqueta para a criação de peças em porcelana, para a decoração de interiores. 

    Participa em diversas exposições individuais e colectivas, faz parte dos DESALINHADOS_ Cerâmica em Performance e integra o COLECTIVO NOMADA.

     

       Carlos Lima

         Iniciou a sua carreira como ceramista em 1987, aprendendo com mestres oleiros de Molelos, terra da tradicional Olaria Negra. Mais tarde, realizou um estágio em Itália, o que expandiu a sua visão e técnica. Embora profundamente conectado às tradições, a sua irreverência e criatividade levaram-no a reinventar peças e métodos, sempre impulsionado pelo desejo de inovar e superar limites.

         Na sua primeira exposição, apresentou uma coleção de peças de autor, marcando o início de um percurso dedicado à criação de novas formas, texturas e acabamentos.

         O seu trabalho foi também crucial para o desenvolvimento de um novo forno a lenha para a comunidade oleira de Molelos, o que melhorou significativamente a qualidade da Cerâmica Negra local.

         Além disso, participa ativamente em projetos que buscam revitalizar e divulgar centros de cerâmica, utilizando cozeduras tradicionais como elemento identitário, contribuindo para isso, o seu conhecimento de mais de 38 anos de experiência em cozeduras a lenha.

         Hoje, Carlos Lima está representado em coleções particulares e museus, sendo amplamente reconhecido pela sua contribuição na preservação do património cerâmico.

     

       José Pires 

         Artista plástico, produz cerâmica artística de autor desde 1991.

         Iniciou a sua formação na olaria tradicional com o Mestre Rodrigues de Lagoa, no Algarve. Frequentou o Curso de Cerâmica do AR.CO. em Almada, participou em oficinas de cerâmica no CENCAL, em Caldas da Rainha e no CEARTE, em Coimbra. 

         Promoveu espaços abertos à criatividade na cerâmica em Quarteira, Faro e Loulé. O seu trabalho insere-se numa linha contemporânea na qual se encontram reflexos de uma preocupação utilitária. 

         Actualmente trabalha na sua oficina no sítio do Vale Judeu, no Algarve.

     

       Leonel Telo

         Ceramista, natural e residente em Monchique, iniciou a sua atividade em 1987 após a frequência do Curso de Cerâmica da Escola António Arroio em Lisboa, a que seguiu o Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica nas Caldas da Rainha (CENCAL). 

         No Museu de Cerâmica desta cidade foi responsável pelo seu Atelier de Olaria. 

         Foi formador no CEARTE-Centro de Formação de Artesanato e de olaria no CENCAL.

         Desde 1996 tem em funcionamento o seu espaço de exposição, atelier, localizado no centro da Vila de Monchique, onde promove a sua atividade de ceramista.

     

       Mário Mendonça 

         Iniciou o seu percurso na cerâmica em 1996, com a primeira formação no CEARTE (Coimbra) como Ceramista Decorador.

         Em 1999, depois de ter estagiado em várias oficinas de cerâmica em Coimbra, iniciou a sua actividade por conta própria como Ceramista. A partir de 2007 começou a dedicar-se ao ensino e à formação em diferentes áreas da cerâmica até à actualidade.

         Participou em inúmeros certames e eventos de cerâmica, em exposições colectivas e individuais em Portugal, Espanha e França.

         Fez ainda outras formações posteriores na área da Cerâmica, roda de oleiro, técnica Rakú, escultura e murais cerâmicos.

         Hoje vive em Tavira, dá cursos e workshops de cerâmica e desenvolve o seu projeto pessoal de cerâmica.  

     

       Xana Monteiro 

         No universo da cerâmica, Xana destaca-se por contar histórias através do silêncio provocador de suas obras. Cada peça, escultura ou instalação é uma narrativa visual que evoca emoções e significados, conectando-se profundamente com a natureza e as experiências humanas, funcionando assim como janelas para universos íntimos, onde formas e texturas despertam sentimentos e lembranças.

         Desde 1990 que se especializou na cerâmica negra, uma arte milenar, como meio de expressão artística e um veículo de transmissão de histórias ocultas. Todas as cozeduras das suas peças são feitas a lenha, o que confere uma singularidade e autenticidade ao seu trabalho. Com uma estética que une tradição e inovação, as suas obras capturam momentos fugazes e transformam-se em arte duradoura. A sua trajetória inclui participações em Bienais, concursos e exposições, tendo já sido premiada inúmeras vezes, facto de reconhecimento da qualidade da sua arte. Tem obras no espólio de vários Museus e de coleções particulares. É também membro da renomada Academia Internacional de Cerâmica (AIC).

         A ceramista acredita que a arte deve provocar reflexão e diálogo, mesmo que silenciosamente, convidando os espectadores a envolverem-se com suas obras. Assim, transforma a sua cerâmica numa comunicação poderosa, onde o silêncio se torna uma linguagem rica. Num mundo cheio de ruídos, seu trabalho destaca a beleza das narrativas não ditas, revelando que as histórias mais impactantes podem-se manifestar em formas e texturas em vez de palavras.

     

  •    Conceção 

         Museu Municipal de Tavira, Núcleo Islâmico

     

       Coordenação Executiva

         Jaquelina Covaneiro

     

       Comissariado Executivo

         Ana Sofia Cataludo Vieira

         Celso Candeias

         Sandra Cavaco

     

       Textos 

         Alberto Azevedo

         Carlos Lima

         Daniel Santana

         José Pires

         Leonel Telo

         Mário Mendonça

         Xana Monteiro

     

       Fotografia 

         Hélio Ramos

     

       Audiovisual

         Custódio Mestre

     

       Design Gráfico

         Free Design Studio

     

       Impressão 

         Círculopalino

     

       Montagem 

         Carlos Pires

         José Gregório

     

       Auxiliares 

         Ana Paula Domingues

         Maria Antonieta Luz

         Maria da Conceição Pereira

     

       Seguros

         Companhia de Seguros

         Caravela, Lda