"A Conservação e Restauro e os seus problemas: o caso revisitado dos painéis de Tavira"- Palestra por António João Cruz (Instituto Politécnico de Tomar)

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As quatro pinturas do século XVI, agrupadas em dois dípticos, que foram encontradas em 1949 numa igreja de Tavira estão na origem de um dos casos mais interessantes da Conservação e Restauro em Portugal pelos problemas de vária natureza que colocaram, os limites do conhecimento técnico e científico que evidenciaram e as decisões tomadas. Este processo foi reconstituído num estudo realizado em 1995 e publicado em 2005 (na revista “Conservar Património”) e é agora revisitado segundo uma perspetiva mais geral que, para além deste caso, através dele pretende abordar alguns dos mais importantes problemas da Conservação e Restauro no presente. O que efetivamente é a Conservação e Restauro por trás da imagem pública a que geralmente está associada, quais os seus objetivos, em que princípios se baseia, quais as suas implicações e como tudo isto tem mudado no último século são aspetos a tratar a partir da história técnica e material dos Painéis de Tavira, os quais, não por dificuldades práticas de execução, mas sim por questões relacionadas com os princípios, continuam a ser um complexo desafio para a Conservação e Restauro ainda hoje.

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António João Cruz  é doutorado em Química Analítica e docente de Conservação e Restauro no ensino superior desde 1995. Atualmente é Professor Adjunto e diretor do Mestrado em Conservação e Restauro do Instituto Politécnico de Tomar. Colaborou com o Instituto José de Figueiredo entre 1992 e 1997. Desde a sua criação em 2005, é diretor da revista “Conservar Património”, publicada pela Associação Profissional de Conservadores-Restauradores de Portugal, indexada em diversas bases de dados internacionais. Tem-se interessado pelo estudo laboratorial de obras de arte, a história da Conservação e Restauro e os problemas da relação entre a Conservação e Restauro e as outras áreas do conhecimento.

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Pelas 21h30, no mesmo local, realiza-se o concerto de música medieval com "Ensemble Galhardia"  (Nuno Lamas (flauta de bisel, cornamusa e cromorne), Diana Matos (alaúde), Susana Diniz Moody (voz e viola de gamba) e Ana Leonor Pereira (voz e percussões)).

O Ensemble Galhardia surgiu, em 1998, resultado do interesse comum dos seus elementos pela música medieval e pelo renascimento. O seu reportório é constituído, maioritariamente, por música ibérica e peças europeias executadas em réplicas de instrumentos da altura.

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Atividade integrada nos programa Tavira Património Artes (4 de março a 22 de abril), que visa valorizar e divulgar o conjunto de recursos culturais da cidade, abrindo as igrejas à fruição dos visitantes e promovendo o património artístico, arquitetónico, pictórico, dramático e musical português e internacional.

Entrada livre.

 

 

Igreja de Santiago
Sáb, 11/03/2017 - 10:30