Contra-parede

RS28968 Contra Parede Apresentação HDTV Ultra HD 4K

Contra-parede apresenta em diálogo as obras dos artistas Ana Vidigal, Nuno Nunes-Ferreira e Pedro Gomes.

Partindo de uma discussão alargada em torno da parede — nomeadamente, grutas pré-históricas, fachadas dos edifícios das civilizações antigas, igrejas cristãs desde a Idade Média, fresco medieval, trompe‑l’oeil renascentista, muro de Berlim, murais de cariz político e os grafito —, como lugar privilegiado para a intervenção no espaço público, os artistas propõem, de diferentes modos, questionar o espaço arquitetónico em que as obras são apresentadas. Considerando, simultaneamente, o espaço social, histórico, cultural e político em que os equipamentos museológicos se inserem, as obras promoverão um diálogo frutífero sobre o papel da arte junto das comunidades locais em que se apresentam.

Ana Vidigal, atendendo às questões domésticas e feministas do seu trabalho, desenvolveu obras que implicam um humorístico sentido político e que indagam o debate pertinente entre os domínios público e privado. Nuno Nunes-Ferreira, com recurso ao seu imenso arquivo de jornais e revistas, realizou um mural que alude às questões políticas do Estado Novo e a prevalência da liberdade onde a voz e o discurso individual se encontram como um bem comunitário. Pedro Gomes apresenta desenhos por módulos, imagens que se podem estender como papel de parede, que confrontam o espaço arquitetónico através de representações dos dispositivos históricos museográficos recorrentes entre o século XIX e o cubo branco do século XX.

Adicionando o prefixo “contra” a “parede” recorre-se ironicamente à contradição para infringir um confronto com as instituições que se erguem através das estruturas arquitetónicas e dos seus significados de poder. De facto, ao cobrir a parede e ao ocupar a quase totalidade do espaço expositivo, as obras apresentadas no projeto Contra-parede conquistam espaço de visibilidade que através da intervenção ativa dos artistas e do público como espetadores informados, se revelam espaços subvertidos de contra-poder.

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