Taça de cerâmica cinzenta

Taça de cerâmica cinzenta

Cronologia: Século IV a.C.

Dimensões: Diâmetro 13.6 cm; altura 3.6 cm

Proveniência: Edifício do ex-BNU (atual receção do Núcleo Museológico Islâmico) 

N.º de inventário: M00000370

 

O Museu Municipal de Tavira possui nas suas coleções inúmeras peças de cerâmica, provenientes de diversas escavações arqueológicas realizadas no casco urbano da cidade, quer pelos serviços municipais de arqueologia, quer por associações ou empresas particulares.

Entre elas, encontra-se esta pequena taça de cerâmica cinzenta fina que foi descoberta pela arqueóloga Maria Maia e sua equipa, em nome da associação Campo Arqueológico de Tavira, durante os trabalhos arqueológicos realizados no edifício onde hoje se encontra a receção do Núcleo Museológico Islâmico de Tavira. 

Embora a cerâmica cinzenta fina apareça quase sempre em sítios arqueológicos associados à presença de comunidades fenícias, ou nas suas áreas de influência comercial, neste caso o âmbito cronológico-cultural do seu aparecimento é já posterior à presença orientalizante em Tavira. A peça foi descoberta em níveis arqueológicos cujo contexto se pode associar cronologicamente à II Idade do Ferro (final do século V – IV a.C.), de âmbito cultural turdetano, numa localização que foi interpretada como pertencendo a uma cabana de pescadores que integraria um complexo artesanal para produção de preparados piscícolas. Como é sabido, encontra-se comprovada arqueologicamente a presença de comunidades fenícias em Tavira, entre o final do século VIII e o século VI a.C., no entanto, o aparecimento desta peça, e de outras da mesma categoria, em contextos posteriores a estas datas comprova a sobrevivência da influência cultural fenícia para além da sua presença no nosso território. 

A cor escura que carateriza a cerâmica cinzenta fina era obtida através da cozedura das peças em fornos com muito pouco oxigénio circulante no interior (cozedura redutora) e as superfícies das peças eram posteriormente alisadas, polidas ou espatuladas, como é o caso da que agora apresentamos, o que lhes conferia uma textura homogénea e suave, ao mesmo tempo que as tornava impermeáveis.   

A taça que agora analisamos, que se apresenta quase completa, seria usada no serviço de mesa para o consumo de alimentos semilíquidos ou sólidos, possuindo dois pequenos orifícios na parede, perto do bordo, realizados após cozedura, que possibilitariam, através da passagem de um fio, que esta fosse suspensa para arrumação.

 

Altura: 
36mm
Diâmetro: 
136mm
Proveniência: 
Edifício do ex-BNU (atual receção do Núcleo Museológico Islâmico)
Materiais: 
Século: 
Século IV a.C.
Localização: