Peça de Arqueologia - Candeia de azeite

Século XV - XVIII

Cerâmica

Comprimento: 8.2 cm | largura: 6.9 cm | Altura: 3.9 cm

Imediações da Ermida de São Brás e do Convento do Carmo

MMT00004209

A peça que hoje vos apresentamos corresponde a um utensílio de iluminação denominado de candeia. Morfologicamente, esta candeia de câmara aberta é composta por uma pequena taça de base plana e corpo troncocónico invertido com bordo extrovertido e lábio arredondado no prolongamento do corpo. Numa das extremidades do corpo, à saída da roda de oleiro e antes da cozedura da peça, o oleiro, com a ajuda dos dedos, exerceu uma dupla pressão nas paredes da pequena taça, de modo a dar forma ao bico que carateriza este tipo de peças. Na extremidade oposta, de forma a facilitar o manuseamento da candeia, foi aplicada uma pequena asa de fita. Apresenta marcas de fogo na zona do bico e no interior da câmara, mostrando assim que a mesma foi usada para iluminação.

O funcionamento deste tipo de candeias é bastante simples, bastando colocar a torcida ou pavio sobre o fundo da câmara, tendo a preocupação de deixar uma das extremidades repousada sobre o bico, do qual deveria sobressair ligeiramente. Seguidamente, enchia-se o interior da peça com um pouco de azeite, tendo o cuidado de embeber bem o pavio até à extremidade sobre o bico, o que permitiria que o pavio já pudesse ser aceso.

Curiosamente, esta peça foi doada ao Município de Tavira no Dia de Nossa Senhora das Candeias (2 de fevereiro), pelo Sr. Eduardo Faleiro, que a herdou de um familiar.

Nos últimos anos o Museu Municipal de Tavira tem recebido algumas doações de objetos de diversas tipologias o que revela um reforço das relações de confiança entre os munícipes e o museu, sendo este, cada vez mais, visto como uma entidade capaz de assegurar as condições adequadas à conservação da identidade cultural comum dos tavirenses.