Torre del Oro (Sevilha)
Título: Torre del Oro (Sevilha)
Autoria: Francisco Candela
Material: Aguarela sobre papel
Cronologia: finais do século XIX ou início do século XX
Dimensões: 16cm x 30cm
Nº de inventário: MMT00004215
Aguarela sobre papel na qual se representou a intitulada Torre del Oro (Torre do Ouro), um dos mais emblemáticos monumentos de Sevilha, atalaia de planta octogonal que desde o período medieval se ergue na margem esquerda do Guadalquivir. Em primeiro plano vemos o rio, um grande navio com três mastros e uma pequena lancha, ou bote. À direita da torre representou-se um vagão de mercadorias, em tons de verde-azulado, lembrando que por ali passava a linha de caminho-de-ferro que ligava a cidade ao resto de Espanha (inaugurada em 1859). Atrás da estrutura monumental descobre-se uma linha de arvoredo e parte de um edifício com vários pisos.
Esta obra, na qual se descobre a assinatura “F. Candela Sevilla”, é da autoria de Francisco Candela, aguarelista espanhol com atividade documentada na última década do século XIX e nos primeiros anos do século XX, que ficou conhecido pelas suas aguarelas com paisagens da cidade e figuras típicas da capital andaluza. A Torre do Ouro figura em várias das suas obras, conhecendo-se inclusive outra representação dessa estrutura monumental, assinada pelo artista, que parece ter sido tirada a partir do mesmo ponto. Sabe-se pouco sobre a biografia de Francisco Candela, que em 1894 se documenta como o vencedor da competição organizada para criar o cartaz para a Feira anual de primavera de Sevilha, o que lhe valeria um prémio de 500 pesetas. Em 1904 Francisco Candela encontra-se ainda em atividade, contribuindo com uma aguarela para o sorteio beneficente organizado para reunir fundos para o Centro de Belas-Artes de Sevilha. Acredita-se que teria alguma relação de parentesco com o também aguarelista Paco Candela, artista ativo em Sevilha na década de 20 do século XX.
Esta peça faz parte do espólio que foi doado ao município de Tavira pelo colecionador José Mendonça Furtado Januário, popularmente conhecido como o “Zézinho de Beja”. Segundo um apontamento manuscrito deixado nas costas da peça, a aguarela terá sido oferecida ao referido doador pelo seu amigo Salvador Fernandes Limo, em 1951.