Em janeiro, no dia 20, celebra-se o Dia de São Sebastião, padroeiro contra doenças e epidemias, oferecendo-nos o motivo para destacar uma das pinturas que se admiram na ermida daquele santo em Tavira.

Sebastião era um militar do Império Romano (século III d.C.), condenado à morte pela sua devoção cristã. Seguindo a imagem tradicional de São Sebastião – amarrado a uma árvore, onde sofrera o primeiro flagelo com flechas alvejadas ao seu corpo -, a pintura retrata o santo padecido após o seu martírio, simbolizado pela palma na mão direita e pela coroa de flores que adorna sua cabeça. Este quadro termina o ciclo de dez pinturas dedicadas ao santo, na ermida de São Sebastião. A temática hagiográfica, inspirada na narrativa sobre o santo no livro Lenda Dourada, de Jacomo Varazze, exalta a força e a resistência da fé perante a adversidade.

A autoria daquele ciclo de pinturas, datado de 1759/60, pertence a Diogo Mangino, pintor de óleos e dourador, nascido em Sevilha, filho de pai genovês e mãe farense. Este artista fixou o seu lar em Tavira, onde casou e constituiu família. Na sua produção artística, para além destas pinturas, integra trabalhos de douramento nas igrejas tavirenses da Misericórdia e da Ordem Terceira do Carmo. Mangino também realizou obras fora de Tavira e do Algarve, nomeadamente, em Castro Verde, produzindo uma série de pinturas para a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios. Sabe-se que aí apresentou uma pintura de São Sebastião para comprovar as suas capacidades artísticas, possivelmente idêntica à pintura que destacamos. 

A Ermida de São Sebastião abre de segunda e sexta-feira, das 09h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00. 

(Museu Municipal de Tavira, MMT2724)